sábado, julho 12, 2008

Sabem qual é a sensação de termos um remoinho dentro de nós? Aquele nervoso miudinho, que cresce à medida que se aproxima algo de importante?

Claro que sabem todos vós já passaram por isso.

Se é algo de que me orgulho de ter feito?

Se é algo que me custou a fazer?

Foi preciso coragem, bastante mesmo, porém eu sabia que se não o fizesse não conseguiria viver bem comigo mesmo, se não o fizesse não a conseguiria esquecer, não conseguiria continuar a viver... sem saber...

Agora sei... pois agora é fácil agora tou sentadinho atrás de um monitor, depois de vir do Fantasporto, agora é fácil, agora que me deu para a nostalgia, para vir aqui atar os nós que deixei por atar...

Sabem o que fiz? Sabem? Deixei de pensar se calhar é a distância, se calhar é o facto de estar longe que a leva a pensar assim. A culpa é minha, a parvoíce é minha mas tinha que o fazer, tinha que provar a mim próprio que era capaz de... que não eram só palavras...

Tenho galões nos ombros... não agora obviamente mas quando estou fardado, não os terei por muito mais tempo uma vez que o meu tempo de contracto na tropa está a terminar, mas tenho-os, agora são os de Tenente, não são só os galões é o que os mesmos representam, é a honra de os ter nos ombros, é o facto de pertencer a uma instituição secular... e é o facto de ainda antes de ter estes galões, de antes de me serem colocados os de Tenente, ter os de Alferes colocados por ti, foste tú que mos colocaste, lembro-me bem... de uma manhã em que o sol entrava pela janela do quarto em évora, da forma como iluminou os galões, como se reflectiu nos mesmos, da forma como fez sobressair a cor dos teus olhos, enquanto te colocaste em bicos de pés para os colocar.

Que palhaçada... ver me ao espelho quando estou fardado... vislumbrar nos galões de tenente... algo que me aconteceu... e não o conseguir esquecer...

Se é com pesar que o digo? Em parte não, não me arrependo do que escrevi, não me arrependo de ter ido.

Decidi que deverias ficar com os galões de alferes.(desculpa queria era que me amasses... )

Enchi o peito de ar e 22Fev08 fui à Suiça, a Geneve, meti-me num avião e fui...

E sabem? Tentei entregar-tos, a sério que tentei... mas não apareceste. fiquei alí em pleno aeroporto internacional de geneve, sozinho... recusaste-te a fazer 30 Km quando eu percorri meia europa para te ver.
Tentei arranjar voo de volta para Portugal... mas era demasiado tarde só as 6 da manha de sábado.

Aguardei e ponderei, bastante, sabem, eu sei que fui dificil de aturar, sei que dependia demasiado dela, que via nela uma espécie de apoio, que queria estar sempre com ela, que me sentia triste quando não respondia a um toque, com outro toque... que sentia verdadeira paz quando estava deitado a seu lado.

Mas isso não era razão para não atender os telefonemas, foram 3 que lhe fiz quando estava na Suiça.

Isso não era razão para não falar comigo... para não ir ter comigo ao Aeroporto... o que eu queria era falar, ver-te entregar-te os galões e dizer-te que queria que ficasses com eles.

Mas a vida é mesmo assim, isto vai passar decerteza, mas só assim é que eu consegui por um ponto final nisto, estava sempre a pensar... mas se calhar ela não diz nada por estarmos longe... e decidi ir.

É que eu já saí com 10 ou 15 raparigas depois disso e não dava, não me sentia bem comigo mesmo, estava sempre lá este resquício manhoso de esperança, como uma brasa que teima em arder eternamente em vez de se transformar num pedaço inerte de madeira...

Fui ver um filme há pouco tempo... no vale do Elah, com Tommy Lee Jones, gostei do filme e gostei ainda mais do final... alías tenho que afirmar que neste exacto momento se pudesse descrever o meu estado de espírito, faria-o da mesma forma com que Tommy Lee Jones pediu ao guarda para colocar a bandeira nacional... de pernas para ao ar, ao contrário... (quem viu o filme sabe o que significa...)Quanto aos galões... ficaram no bolso das minhas calças... quanto ao resto... bem eu só posso controlar o que faço... e fiz o que podia...

Eu sei o que me tranquilizará, eu sei o que me apaziguará, e sei que irei encontrar... custa é esperar... mas algures por aí... estará quem me trará paz só com o olhar, e a sua presença...
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É irónico, e no entanto consigo ligá-lo ao que me aconteceu e resume-se a um interessantíssimo filme denominado School of Life.

Alguns lutam, outros ficam de braços cruzados, outros choram...

Mas qualquer que seja a decisão que tomemos, nas diversas escolhas que fazemos ou no que nos acontece, e que não podemos controlar...fica a certeza, estes vídeos... são verdadeiramente magníficos.

Fica a lição... apreendida, definitivamente...

Vejam este vídeo maravilhoso e digam que não tenho razão.




Ela não apareceu?

É A VIDA

E quem diz que o tempo apaga tudo... está enganado...

2 comentários:

Marco Santos disse...

O meu último post relacionado com este assunto, pura e simplesmente porque é a única maneira de não me martirizar mais.

Ritz disse...

parabens! parabens pela forma como te expuseste aqui, com algo que, claramente, é tao pessoal.
as vezes gostava de ter a capacidade de 'desabafar' dessa forma..


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P.S: podes sempre dizer que tentaste!