terça-feira, outubro 07, 2008

Bem.

Tudo na vida tem um fim. Este vai ser através de uma contagem decrescente.

Quanto este relógio chegar ao fim... este blog vai deixar de existir.

Já não me apetece alimenta-lo mais. Dá muito trabalho, é muito mais fácil desistir.

Racionalizar, dizer que tenho mais com que ocupar o meu tempo. Encontrar uma e outra razão para o fazer desaparecer, pura e simplesmente destruí-lo, elimina-lo.

Deixar de postar parvoíces, de transferir para aqui vivências, mas com que objectivo?
Vou deixa-las ficar no meu interior, aguardar pacientemente que o destino e o futuro se encarreguem de sepultar em negro vaso ânsias e necessidades intrínsecas do ser humano.

A ideia de compreensão, de acalmia, de exposição dos pensamentos, de verbalizar o que me aconteceu, de tentar explicar o que os outros fizeram aborrece-me, pelo menos hoje, mas tomo a decisão já, não dependia de mim, dependeu de outra pessoa, dependeu de quem desistiu.

E assim sendo... quebro, respiro fundo e aguardo pacientemente que o ser gigantesco e maléfico que habita o meu inconsciente se revele, com os seus tentáculos, as suas armas, as recordações, que se misturam com o presente, que se revelam quando ouço uma música, quando olho para o dourado dos galões. Vou aguardar porque por mais dura que seja a viagem tenho a certeza que é agora.

Segundos prolongados, com sabor a minutos, carregados de simbolismo, onde numa arena de areia, ao sol escaldante de um meio dia de verão, me vou confrontar.

À medida que o ser se encaminhar para me destruir, munido das suas falácias, e verdades camufladas de realidade, a poeira erguer-se-à dos seus pés.

Permaneço de Braços Cruzados.


O ser prossegue a sua cavalgada incessante.

Cobre o sol com o seu tamanho.

Ergue um braço, ganha impulso.

Braços cruzados e olhar a fitar o chão, a sombra que o ser projecta.Aguardo.

O braço corta o ar.

e...

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