Esquece! e depois voltou.

Fitou um qualquer ponto invisível, e observou-o, como se fosse um arquitecto a identificar mentalmente os passos necessários para concluir a obra.

E aquela frase ficou-me.

Acometido de Alzheimer, foi a única frase legível que o meu avô proferiu, que se conseguia perceber. E disse-ma a mim, agarrou-me nos braços e disse, libertou-se do torpor, das grilhetas complexas e pesadas, do pântano confuso e interminável que deveria ser a sua mente e disse-as.

Depois voltou à existência silenciosa, tal qual pensador compenetrado.

Alguns dias depois faleceu... E aquela palavra ficou!

Depois na minha vida surgiram efectivamente situações para esquecer.

Acaso,decerto porque não acredito em premonições.

Pois bem, um penoso ano depois, eu esqueço.

Ou melhor enterro isto, e o melhor a fazer é eliminar este blog,mas esperem eu fiquei de certa forma agarrado a isto!!! Aliás é sinónimo de fragilidade, a existência de um local, ainda que virtual, onde damos tanto de nós!! A razão de existência deixou de fazer sentido! Não quero dizer que é como pressionar o Delete, que me irei esquecer definitivamente disto. Isso é impossível, tenho é que arranjar formas de o assimilar, de o transformar em algo que não me faça contorcer de dôr, e de remorso!! Porquê remorso, se fiz tudo o que podia? Ficam as linhas no meu interior, ficam as vivências, e fica a certeza de que isto fez-me crescer... Em 1 ano e alguns dias, cresci mais do que no resto da minha vida! E já agora quero agradecer a quem postou! Obrigado! Até sempre!! Daqui a dois dias elimino este blog ou faço das palavras de Lavoisier realidade, porque afinal... Nada se perde, tudo se transforma!